domingo, 22 de julho de 2012

POR MAIS QUE EU TENTE TE ESQUECER

Esta balada surgiu de umas idéias de melodias que tive, entretanto, eu travava no refrão. Escrever não era o problema, mas sim, qual melodia e colocar. Neste embalo recrutei meus amigos de banda Alessandro Librelato e Ted para juntos criarmos a parte que faltava.

Ficamos uma tarde aqui em casa desenvolvendo o som e quando chegamos ao refrão, cheguei com uma combinação de acordes e me lembro que falei para os dois: - Não sei, mas o que eu pensei em colocar era isso. O “isso” era o que seriam os acordes gravados originalmente na música. Então o Alessandro disse: “É isso!” balançando a cabeça como que quisesse dizer que não tínhamos mais o que fazer e que a música já estava pronta.

As partes estavam separadas, estrofe, pré-refrão e refrão, juntamos e estruturamos o resto da música e partimos para a criação da letra. Concordamos que deveria ser algo que envolvesse uma história fictícia de separação e lembranças de um amor. Nosso medo era que a letra ficasse piegas de mais, mas como diz Fernando Pessoa:
“Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículos ”

Mesmo assim, não conseguimos finalizar a letra. Ted e Alessandro deixaram sob minha responsabilidade finalizá-la, aceitei o desafio e assim fui criando devagar o que seria o resto da letra. Os dias foram passando a versão final ainda não tinha sido apresentada a eles, só foram conhecer realmente no dia da gravação dos vocais. Pequenos ajustes para melhorar a métrica e estava pronta a versão final que está no CD.

Esta música foi escolhida por nós para ser a próxima a ter um vídeo clip, estamos recebendo elogios de caras como: Agnaldo Timóteo e Ricardo Coração de Leão. Isso pra nós é extremamente gratificante e mostra que conhecedores da boa música não se interessam com o gênero e sim com a qualidade e a verdade da música.

Marcos Delfino

quinta-feira, 5 de julho de 2012

SUBMUNDO

Num belo dia, recebo um email, com o título: Riffs, enviado pelo Ted. Fiz todo o processo de abrir e baixar para o meu PC. Quando abri, ouvi o que viria a ser a introdução de “Submundo”. Achei o máximo o Riff e disse para Ted que deveríamos investir nela, compactuamos do mesmo sentimento. A primeira parte já estava pronta nessa gravação, mas a música não tinha refrão. Eu e o Ted fomos para nosso estúdio e ficamos tentando dar corpo a música, ela estava tomando a formas que queríamos, porém o refrão insistia em não sair. Depois de várias tentativas, eu disse ao Ted: “Cara, o refrão precisa vir explodindo, algo que eleve a adrenalina, algo pra cima”. Pronto, foi o que precisava para o Ted criar o refrão, “brutalmente certeiro” para o que música precisava. Combinamos que o Ted gravaria toda ela, a parte que já existia e a que criamos juntos, para me enviar para compor a letra.

Feito som, era só criar a linha de voz e escrever a letra. Resolvi seguir a levada da guitarra, quase vocalizando as notas. Apenas no refrão que criei uma linha diferente. A letra tem a ver com uma situação, criada, de alguém que vive uma vida desregrada, sem freios, livre de moral. Num meio cheio de atitudes ilícitas, o personagem vive envolto a confusões e situações que podem o colocar em risco, porém ela não quer saber das conseqüências e sim do que aqueles momentos de “loucura” *, (depende do ponto de vista) *, podem trazer de alívio e felicidade. Como todos os excessos trazem conseqüências, na maioria das vezes cruéis, escrevi:

“Qualquer sentido que pegue vai te levar
A uma vela que queima
Tão feroz nas duas pontas
E um curta metragem é o sinônimo da sua vida”

E o refrão vem com o aviso no mesmo contexto, sobre o que as atitudes refletem nas conseqüências e sobre a fugacidade de momentos pontuais de transbordo.

Na gravação, a realizamos de maneira rápida e no refrão todos nós cantamos juntos: “PEGUE O TREM”, para reforçar a sensação de adrenalina “latejante” da música. Na Introdução,depois do som do trem, o início da gravação é similar a versão de “Night Train” do Guns n’ Roses, na versão ao vivo. Uma brincadeira feita pelo produtor Vini, que por saber que o “Guns” se trata de uma influência, pediu para que fizéssemos alguns sons separados, que na hora, não tínhamos entendido. Só fomos ver que havia ficado deste jeito quando ouvimos a Master final. Adoramos!

Marcos Delfino